terça-feira, 13 de setembro de 2011

Sucesso e fracasso público de logos redesenhados

O redesign de um logo pode ser algo muito complexo. A princípio, se algo não está quebrado, por que consertá-lo? Mas muitas vezes uma empresa quer mudar sua posição em relação ao mercado, então talvez mudar a identidade seja necessário. Vamos acompanhar dois cases de redesign – um que fez sucesso e outro que falhou miseravelmente.
O mundo hoje é mais rápido que o mundo de 20 anos atrás. As pessoas não tem a paciência de ficarem sentadas assistindo um seriado de TV de meia-hora e muito menos ler um livro. É por isso que o logo de uma empresa é algo importante. A marca tem dois segundos para ser reconhecida ou ser esquecida no multidão de marcas que nos afogam diariamente.
O logo é o centro da identidade da marca, e eventualmente vai estar impresso em tudo; desde canecas até mouse pads, sem contar os cartões de visita e seu próprio site.
Independente se você é uma empresa gigantesca com 20 membros só na diretoria que vai debater a escolha de uma fonte, dá pra criar uma identidade empresaria forte ou uma fraca. Ultimamente, tem havido alguns sucessos e fracassos públicos no mundo digital quando se trata de reposicionamento de marca.
Talvez um dos cases de maior sucesso na mudança de logo seria da americana Starbucks, a maior rede de coffehouse do mundo.
Com todas as mudanças de logo pelos anos, a Starbucks sempre foi bem sutil; pequenas mudanças que sempre foram feitas com o reposicionamento de marca em mente. A mudança mais recente é a mais notável. A Starbucks inverteu o esquema de cores e removeu o logotipo, focando na “sereia” da marca (deixando ela também mais “arredondada”) – uma jogada ousada que não poderia ter sido feito com vários anos de branding no bolso.


Evolução do logo da Starbucks
A empresa geralmente tem sido bem transparente em relação as mudanças na sua identidade, e as pesquisas envolvidas na mais recente alteração não foram poucas. Descobriram que logos mais arredondados apelam mais ao mercado asiático, que é para onde querem expandir nos próximos anos.
As mudanças no logo da Starbucks (e por conseqüência, na identidade) faz sentido. Não foi drástica, mas foi bem executada e bem pensada. E, como já falei, a Starbucks tem a lealdade devido ao branding bem feito para que não haja uma infelicidade generalizada devido a alteração drástica do logo.
Já a outra americana, Gap, a segunda maior varejista de vestuários do mundo, não se deu tão bem quanto anunciaram seu novo logo em outubro de 2010. Na verdade, se deram tão mal que voltaram ao seu logo antigo em pouco tempo.

“A Gap construiu uma identidade sólida desde seu início humilde em 1969. Então por que mudar a tipografia para Helvetica e inserir um quadrado desajeitadamente em um lugar aleatório?” – idsgn.org
Essa frase resumiu bem o que as pessoas pensaram do “logo moderno” da Gap – Helvetica e um quadrado aleatório. E para adicionar insulto à injúria, depois da péssima recepção do novo logo, a empresa ainda tentou utilizar do crowdsourcing para conseguir “alternativas novas e diferentes” para um novo logo. Ou seja, projeto especulativo.

A Gap estava praticamente pedindo para que designers trabalhassem de graça, o que não deixou uma imagem muito positiva (ou no caso, acabando com o pouco de imagem que eles tinham). A necessidade do redesign não fazia muito sentido (“por que consertar algo que não está quebrado?” alguns designers disseram) e o público demonstrou isso – por que mudar o logo de uma marca que está no mercado a muito tempo sem nenhum objetivo de reposicionamento? Não faz sentido.
Mais tarde, no mesmo mês, a empresa anunciou que estava retornando ao logo antigo. E quatro meses depois, o responsável pela alteração pediu demissão da empresa.
Mudar um logo não é tarefa simples: precisa ser algo bem pensado, pois até as mudanças mais insignificantes podem criar um rebuliço.

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